Editorial #2 | Por que simulamos?

Por Bruna Vizolli

Com o iminente fim da segunda edição da UFPRMun, é visível o clima que antecede a DPS (Depressão Pós-Simulação). Nesses momentos, sentimos por antecipação as saudades das histórias que criamos dentro e fora dos comitês. As pérolas soltadas pelos delegados, os momentos de tensão, as crises, as bombas de chocolate dos coffee-breaks, as paixonites de comitê, tudo, tudo converge num sentimento que só é verdadeiramente compreendido por quem se sujeita a passar três dias de terno e gravata debatendo temas que, para qualquer um, seriam interessantes numa conversa casual, mas não muito além disso. Qual é o sentido de acordar cedo num final de semana para personificar diplomatas e discutir refugiados? Nosso debate é interno. O que muda no mundo?

O debate é interno, mas não é só isso. Também é interna a mudança. Dentro de cada um de nós, os debates criam ideias, criam (como dito por Poe Dameron) a faísca que acenderá a chama que queimará o que cada um de nós quiser no futuro. Seja como diplomata, jurista, jornalista ou algo completamente diferente, nós temos um futuro brilhante. Nós sabemos disso. O sucesso da simulação depende da dedicação dos seus participantes, e a II UFPRMun finda-se com a certeza de que cumpriu o papel que propôs.

A DPS só é compreendida por quem já a sentiu. Além de todas as saudades, sente-se como uma enxurrada o peso de, por exemplo, pensar tardiamente em um discurso que poderia ter mudado o rumo do comitê, ou de lembrar de um momento no qual a representação do próprio país foi falha. Também surgem as coisas boas, como a gratidão por ter tido uma iluminação momentânea que gerou um documento de trabalho sensacional, por ter sido capaz de fazer um verdadeiro discurso de efeito, ou por simplesmente, num plano geral, aceitado o desafio proposto pela simulação. Nós sabemos que, o que acontece na MUN, fica na MUN e não acontece em outro lugar. Também não se repete em outra ocasião. É aqui, é agora, é nosso. Tenhamos mais momentos como estes na III UFPRMun, delegadas, delegados e jornalistas.

Foi intenso.

Allons-y, nos vemos ano que vem.

Deixe um comentário